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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

INVESTIMENTOS - Plano do governo para descontratar energia pode afetar indústrias eólica e solar

Usina eólica em Trairi, no Ceará (Foto: Abeeolica/Divulgação)Na semana passada, três governadores de estados do Nordeste se encontraram com o também nordestino ministro de Minas e Energia, o pernambucano Fernando Coelho Filho (PSB). Os governadores foram a Brasília para pressionar o governo federal para que ele volte a investir em energia eólica e solar. O Nordeste é hoje um dos principais polos de energia renovável do Brasil, em especial de eólica - a região concentra 82% da energia dos ventos gerada no país. No final de 2016, o governo federal cancelou a contratação de projetos eólicos. A perspectiva de ficar sem investimentos acendeu o sinal amarelo para os políticos da região e para as indústrias do setor.

Até o final do ano passado, as indústria eólica não sabia o que era crise. Em 2015, por exemplo, ano em que o PIB do Brasil caiu 3,8%, o setor de eólica cresceu 46%. Só no ano passado, a capacidade instalada de eólica no país aumentou em 2.564 megawatts, a segunda fonte de energia que mais cresceu, atrás apenas de grandes hidrelétricas. Desde o início das construções dos primeiros parques eólicos, o setor já movimentou R$ 60 bilhões em investimentos no país.


A crise, porém, parece enfim ter chegado também ao setor. Em 2016, pela primeira vez o governo não promoveu nenhum leilão para contratar projetos de energia eólica. O único previsto, de compra de energia de reserva, foi cancelado cinco dias antes do certame, em 14 de dezembro. E não há previsão de leilões em 2017. "O cancelamento do leilão trouxe um efeito muito negativo para o investimento", diz Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, associação de empresas do setor. "Os investidores vivem de expectativa, planejam o futuro, e aí investem. Eles estavam prontos para investir pelo menos R$ 8 bilhões. Estamos abrindo mão desses investimentos".

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