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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

SAÚDE - Saiba como acontece o infarto fulminante

Infarto do miocárdio
A DOENÇA
O infarto fulminante é uma das principais causas de morte súbita. Após um infarto, o coração pode parar funcionar por ter sofrido necrose em uma extensa área do seu músculo ou por ter surgido uma arritmia maligna. Em ambos os casos, o coração torna-se incapaz de bombear o sangue adequadamente, levando o paciente ao colapso circulatório, que é uma situação na qual os órgãos e tecidos do corpo não recebem sangue adequadamente.

Neste texto vamos explicar como surge um infarto fulminante, o que é uma arritmia cardíaca maligna e por que algumas pessoas têm infarto cardíaco e conseguem chegar a tempo ao hospital, enquanto outras apresentam um quadro de infarto com morte súbita.

Chamaremos de infarto fulminante aquele que causa o óbito do paciente antes que haja tempo de um atendimento médico, ou seja, o paciente morre antes de chegar ao hospital. Cerca de 15% dos infartos se manifestam com morte súbita, não dando chance ao paciente. Felizmente, os outros 85% conseguem chegar a tempo ao hospital.

Vamos começar pelo básico. Qualquer célula do nosso corpo precisa de sangue para viver; quando uma artéria sofre uma súbita obstrução do fluxo sanguíneo, os tecidos nutridos pela mesma sofrem isquemia e necrose. A esta morte de um tecido damos o nome de infarto. Um infarto pode ocorrer no cérebro, rim, pulmão ou qualquer outro órgão do corpo. Infarto do coração, ou infarto do miocárdio, portanto, significa morte das células musculares do coração (chamadas de miocárdio), por falta de suprimento sanguíneo.

As artérias que levam sangue aos tecidos do coração se chamam artérias coronárias. Nosso coração possui duas grandes artérias responsáveis pelo suprimento sanguíneo cardíaco: artéria coronária esquerda, que nutre o lado esquerdo do coração, e artéria coronária direita, que nutre o lado direito do coração. Para que todo o tecido cardíaco receba sangue, essas artérias coronárias precisam se ramificar, formando uma grande teia de vasos sanguíneos ao redor de todo o coração.

Quanto maior for a área infartada, ou seja, quanto mais extensa for a região muscular que sofreu necrose por falta de nutrição sanguínea, maior será a gravidade do infarto. Reparem na ilustração abaixo, o exemplo de 3 localizações diferentes para uma obstrução das artérias coronárias e suas respectivas consequências.

Reparem que quanto mais próximo do nascimento das artérias coronárias ocorre a obstrução, maior é a área afetada. Não é difícil entender por que a obstrução na terceira figura é muito mais grave que na primeira. Todo aquele músculo necrosado torna-se inútil e incapaz de contrair para bombear o sangue. Quando subitamente perdemos a nossa bomba de sangue, entramos em colapso, que é chamado choque.

Além do choque circulatório, chamado neste caso específico de choque cardiogênico por ter origem no coração, existe outra importante causa para um óbito rápido após um infarto: arritmias cardíacas. O tecido cardíaco que sofre infarto não consegue mais transmitir os impulsos elétricos normais do coração, causando distúrbios na condução elétrica, o que favorece o aparecimento de arritmias cardíacas graves. São as arritmias malignas as principais responsáveis pela morte súbita de origem cardíaca. Mais de 70% destas ocorrem devido à doença isquêmica do músculo cardíaco.

Na verdade, um extenso infarto é um grande risco, mas não é a única causa para uma parada cardíaca. Vários pequenos infartos acumulados durante anos ou uma isquemia única, mesmo que não muito extensa, mas localizada caprichosamente em uma área nobre da geração e transmissão dos impulsos elétricos do coração também podem desencadear arritmias malignas, levando à parada cardíaca. Portanto, dois fatores são importantes no prognóstico de um infarto: tamanho e localização da área afetada.

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