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quarta-feira, 17 de julho de 2013

NATAL - Manifestantes da Revolta do Busão convocam a população para novo protesto nesta sexta-feira

O movimento não pode parar!”. Enquanto todas as pautas reivindicadas não forem atendidas, os manifestantes da Revolta do Busão permanecerão nas ruas. Essa é a ideologia que vem sendo retransmitida a todo instante pelas redes sociais, que já apontam novo calendário de ações em Natal. A capital potiguar presenciará mais dois atos em menos de uma semana, sendo o primeiro agendado para esta sexta-feira (19), com concentração às 16h no shopping Via Direta, e outro para segunda-feira (22), às 9h, na Câmara Municipal de Natal.

Segundo membro do diretório de comunicação da Revolta do Busão, Tiago Azevedo, diversas frentes de trabalho, através da realização de plenárias, formularam as seguintes pautas a serem discutidas nesses movimentos: paralisação imediata do Projeto de Lei 95/2013 enviado pelo prefeito à Câmara, que trata da Licitação de Transporte Público em Natal; abertura das contas do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Seturn); Passe Livre para estudantes e desempregados e retorno de linhas extintas.

Além disso, o movimento ainda reivindicará o fim da dupla função do Motorista/Cobrador; redução imediata das tarifas em toda Grande Natal; acessibilidade no transporte público para pessoas com mobilidade reduzida; integração entre ônibus e transportes alternativos; criação do Fórum Popular Permanente de Lutas; circulação de ônibus 24h por dia; construção de corredores exclusivos para ônibus, bem como malha viária para ciclistas.

Apesar das constantes mobilizações, a participação do povo nos protestos está caindo, demonstrando um possível enfraquecimento. “O movimento tem ciclos. Já cresceu e já diminuiu, porém o mais importante é o caráter pedagógico de as pessoas decidirem buscar mudanças e participar de maneira direta no diálogo com os representantes”, declarou Tiago Azevedo.

Nestes novos atos, os representantes da Revolta do Busão descreveram uma necessidade de continuar a buscar melhorias para a capital potiguar, por isso a constante convocação para as mobilizações. O grupo reafirma problemas no transporte público natalense, reclamando de veículos sucateados, motoristas acumulando funções, ausência de linhas de ônibus e paradas destruídas. Além disso, está sendo discutido entre os manifestantes o requerimento de um novo valor nas passagens, passando de R$ 2,20 para R$ 2.

Ainda não foram especificados os trajetos a serem seguidos nos próximos dois atos e a Polícia Militar também não se pronunciou sobre como vai atuar nesta nova passeata. Durante as últimas manifestações, o comércio fechou e as linhas de ônibus foram reduzidas ou recolhidas pelas empresas às garagens como forma de se prevenir contra possíveis agressões de grupos de vândalos que agem paralelamente às manifestações.

Momento de preocupação e vigília
O protesto agendado para segunda-feira (22), na Câmara Municipal de Natal, tem um objetivo bem específico que é atingir as discussões sobre a Licitação do Transporte Público, que ganhou uma programação de audiências públicas entre vereadores e interessados no sistema. Segundo Tiago Azevedo, o projeto de lei encaminhado aos parlamentares pelo Governo Municipal trata de temas que vão além da simples licitação, já que ele define o modo que o transporte público irá acontecer e quem e de qual forma irá operá-lo.

Do jeito que está sendo apresentado, o governo está “praticamente abrindo mão de um modelo de transportes popular e que beneficie um modelo de cidade de bem estar social”, declarou Tiago. Perguntado sobre se o movimento é contra a Licitação do Transporte, o membro do protesto esclareceu. “Sim, considerando que este modelo mantém tudo como está, sem apresentar possibilidade de melhorias e sendo tratado como um custo para o cidadão comum e uma fonte de receita para oligopólios e para o estado e o município, que arrecadam milhões com impostos”.

Ainda segundo Azevedo, “só Seturn em seu consórcio almeja mais de 77% das linhas, as mais lucrativas. Outras podem não voltar ou ser extintas. O momento é de preocupação e de vigília”, disse.

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