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terça-feira, 9 de julho de 2013

BRASÍLIA - Ministério Público Federal vai investigar carona de Henrique em avião da FAB

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, presidente estadual do PMDB, será investigado pelo Ministério Público Federal por ter dado carona a parentes para ver a final da Copa das Confederações no Maracanã em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 30.
A Procuradoria da República no Distrito Federal decidiu nesta sexta-feira abrir um procedimento para investigar a suposta irregularidade na viagem do presidente da Câmara. O procurador Frederico de Carvalho Paiva quer saber se houve improbidade administrativa do presidente da Câmara.
Henrique Alves reconheceu na quarta-feira que foi um equívoco ter dado carona a sete pessoas em um avião da FAB para assistir ao jogo da seleção brasileira no Maracanã, no último domingo. Em nota, ele informou que vai pagar os custos da viagem. Segundo assessoria, o valor calculado em R$ 9,7 mil em passagens aéreas foi depositado na conta do Tesouro Nacional.
Essa semana, o Ministério Público Federal deve decidir se abre investigação também sobre as viagens do ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan Calheiros também usou avião da FAB em compromisso pessoal. Renan requisitou o voo da FAB para ir de Maceió a Porto Seguro no dia 15 de junho, um sábado, onde participou de um casamento. No dia seguinte, o voo da FAB levou o presidente do Senado de Porto Seguro a Brasília. Ontem, ele voltou atrás e afirmou que irá ressarcir R$ 32 mil aos cofres públicos.
Nesta sexta-feira, o jornal Folha de S. Paulo informou que, para assistir à final da Copa das Confederações, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na viagem entre o Ceará – onde cumpria agenda oficial – e o Rio de Janeiro. Garibaldi também voltou atrás e anunciou nesta noite que irá devolver o valor aos cofres públicos.
Henrique usou um avião da FAB para levar a noiva, parentes dela, enteados e um filho ao jogo da seleção no Maracanã no domingo. Um jato C-99 da FAB veio a Natal, terra do deputado, buscar os passageiros. Decolou às 19h30 de sexta-feira rumo ao Rio de Janeiro e retornou no domingo, às 23h, após o jogo.
Ao pedir o avião, Henrique informou que 14 passageiros poderiam viajar. Pegaram carona com o deputado sete pessoas: sua noiva, Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo Arruda, com a mulher Larissa, além de um filho do presidente da Câmara. Um amigo de Arturo entrou no voo de volta.
Henrique disse, por meio da assessoria, que “solicitou” o avião porque tinha encontro com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), no sábado. “Como havia disponibilidade de espaço na aeronave, familiares acompanharam o presidente em seu deslocamento”, disse. A reunião não foi informada pela Câmara. A assessoria de Paes enviou a agenda oficial dele no sábado, e não há menção a Alves. Os dois almoçaram num restaurante, junto com Aécio Neves (PSDB-MG).

Críticas fazem Governo abrir dados sobre uso de aeronaves oficiais
As reclamações foram tantas sobre o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para fins diversos (sobretudo assistir ao jogo entre Brasil e Espanha, na final da Copa das Confederações, no domingo passado), que o Governo do Estado decidiu abrir as informações com relação a utilização dessas aeronaves oficiais. A notícia é do jornal Folha de São Paulo, o primeiro a divulgar a “carona” de familiares de Henrique Alves no avião oficial da FAB.
Segundo a matéria, o Governo Federal vai divulgar na internet informações sobre o uso de aeronaves oficiais. Não era para menos: Além de Henrique Alves, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, utilizaram a aeronave para, respectivamente, assistir ao jogo do Brasil e ir a um casamento na Bahia, compromissos esses que não têm nada de oficial.
Decreto de 2002, que disciplina o uso das aeronaves da Aeronáutica, autoriza o vice-presidente, presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas a usar aviões “por motivo de segurança e emergência médica; em viagens a serviço; e deslocamentos para o local de residência permanente”.
A decisão do governo de dar transparência vale apenas para viagens de integrantes do Poder Executivo. Atualmente, nenhum detalhe das viagens em aviões oficiais é público. “Vamos abrir, não há por que não dar transparência. Não estou falando da Câmara e do Senado, mas do governo federal, que é o que me compete”, disse à Folha o ministro Jorge Hage (Controladoria-Geral da União). Ainda está em discussão se os dados serão divulgados no site da Aeronáutica ou do Ministério da Defesa.
Custos e lista de passageiros devem permanecer sob sigilo, assim como detalhes de voos relacionados à missões de segurança ou defesa. Hage afirmou que o governo vai “colocar no ar” dados como o nome da autoridade que solicita o avião da FAB, a quantidade de passageiros, dia, hora e destino, bem como se o motivo da viagem é por uma emergência médica, a serviço ou para o local de residência do solicitante.
São essas informações que as autoridades são obrigadas a apresentar no pedido encaminhado à Aeronáutica, conforme prevê o decreto que regulamenta o uso de aeronaves oficiais. No pedido, não é obrigatório listar o nome dos passageiros. A FAB alega que não arquiva informações sobre quem entra na aeronave juntamente com as autoridades.

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