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quarta-feira, 10 de julho de 2013

BRASÍLIA - Henrique Alves cancela licitação de aluguel de carro após reportagem


O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), desistiu de ter dois carros utilitários esportivos exclusivamente à sua disposição no Rio Grande do Norte, seu estado natal. Sete dias depois do lançamento do edital para o aluguel dos dois veículos, ambos com ar condicionado e direção hidráulica e um deles blindado, o presidente determinou ao diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, que cancelasse a licitação para a contratação da empresa fornecedora dos carros.
– A licitação está cancelada. O presidente vai ficar andando com o carro dele – disse Sérgio Sampaio ao GLOBO na noite desta terça-feira, depois de receber uma ligação de Henrique Alves.
Minutos antes, o diretor-geral – indicado ao cargo pelo presidente da Câmara – havia defendido o aluguel dos dois veículos, sob a justificativa de que o contrato baratearia os custos com o transporte de Henrique Alves em seu estado natal. O edital de licitação publicado pela Câmara estimou um custo anual de R$ 222,3 mil com o aluguel dos carros, conforme noticiou o jornal “Folha de S.Paulo”.
– Como a presidenta da República, o presidente da Câmara não deixa de ser presidente no seu estado. Não dá para pedir a ele que pegue um táxi. No estado de origem, é certa sua presença e, portanto, sai muito mais barato alugar por meio de contrato – afirmou o diretor-geral antes de receber a ligação de Henrique Alves.
A escolha da empresa ocorreria por meio de pregão eletrônico. Conforme as descrições do edital, divulgado no dia 2, os carros serviriam para “escolta e transporte rodoviário seguro do presidente da Câmara dos Deputados no estado do Rio Grande do Norte”. O ano de fabricação deveria ser 2012 ou 2013, tração quatro por quatro, motor de seis cilindros e no mínimo 275 cavalos de potência. Outras exigências do edital eram freio ABS nas quatro rodas, airbags frontais e laterais e retrovisores retráteis. O prazo do contrato seria de ao menos um ano, podendo ser prorrogado a critério da Câmara.
O custo mensal do veículo blindado foi estimado em R$ 10,5 mil e o do carro sem blindagem, em R$ 8 mil. Os valores não incluíam serviços prestados por motoristas.
Depois de dar carona a sete parentes e amigos num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), para assistir ao jogo da seleção brasileira no Estádio do Maracanã, no Rio, Henrique Alves devolveu R$ 9,7 mil aos cofres públicos. O dinheiro equivale aos gastos que o seleto grupo teria com passagens aéreas para se deslocar de Natal ao Rio, onde assistiu à final da Copa das Confederações em 30 de junho.


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