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domingo, 18 de março de 2012

ALTO DO RODRIGUES

Entrevista do ex-prefeito Abelardo Rodrigues ao jornal Folha de Macau


O ex-prefeito de Alto do Rodrigues, Abelardo Rodrigues Filho, re­solve quebrar um silêncio de três anos e revelar tudo que sabe das maze­las na administração do prefeito Eider Medeiros e do seu futuro político. Gestor por quatro mandatos, e com grande liderança continua apontado pelas pesquisas de opinião como o nome mais forte, na sucessão munici­pal.

Abelardo Rodrigues
‘‘A população está decepcionada com a adminis­tração. Eider não ouve ninguém, ele acha que sabe tudo e faz tudo do modo dele e isso está prejudi­cando a cidade e a população’.’ 

Nesta entrevista exclusiva para nossa reportagem ele se defende das acusações feitas a ele pelo prefeito Eider Medeiros e faz várias denúncias da administração peemdebista. Depois de desabafar ele explica porque quer ser prefeito outra vez da sua cidade.

FOLHA DE MACAU – Abelardo, quatro vezes prefeito do Alto do Rodrigues, sempre foi muito bem avaliada a sua ad­ministração, como você vê hoje a administração do atual pre­feito Eider Medeiros?
ABELARDO RODRIGUES – Não resta a menor dúvida de que a administração de Eider Medei­ros, o qual criou uma expectativa muito grande na população com seu plano de governo, que por sinal um plano muito arrojado, que eu e quem vive a realidade sabia que não tinha condições de ser cumprido o que ele prometeu, porque você não constrói uma cidade, um município em quatro anos, nunca se termina nada e ele dizia que iria fazer tudo, inclusive o slogan dele era “fazer em quatro anos o que não foi feito em vinte” e hoje sou até suspeito em aval­iar a administração dele, porém, basta chegar em Alto do Rodri­gues e andar em cada esquina, em cada casa, que a decepção é muito grande. Nesses três anos e três meses da administração dele, realmente deixou muito a desejar. Até hoje ele não con­cluiu uma obra, sabendo-se que ficaram recursos do orçamento. 

A revitalização da Rua Ângelo Varela, a cobertura da praça de alimentação que eu, quando prefeito deixei recursos, ele de­morou três anos pra inaugurar. O matadouro que deixei pratica­mente pronto com recursos asse­gurados na Caixa Econômica, até hoje não foi concluído, a Praça de Barrocas, que ficaram recursos no valor de R$ 110.000,00 (Cen­to e dez mil reais), não foi feito nada, uma praça e um ginásio de esportes no Bairro São Fran­cisco, iniciou e agora a obra está parada, que dizer, um desastre, é um governo sem planejamento, um governo feito só de market­ing, é um prefeito que só quer aparecer mais do que a cidade, o negócio dele é aparecer, afinal, a gente sabe que o marketing é bom se o produto também for bom, do contrário não vai fun­cionar, é exatamente o que está acontecendo em Alto do Rodri­gues, a decepção é muito grande. 

A população está decepcionada com a administração. Eider não ouve ninguém, ele acha que sabe tudo e faz tudo do modo dele e isso está prejudicando a cidade e a população. O povo está sofren­do nos hospitais, quem chega lá não tem medicamento, às vezes não tem uma seringa pra aplicar uma vacina, a merenda escolar é de péssima qualidade. O trans­porte praticamente nem existe. Ele diz que tem um ônibus com ar-condicionado, mas na verdade o ônibus só vive quebrado, preso por falta de documentos regular­izados. É assim que está funcion­ando no Alto do Rodrigues. 

Ele tem uma rádio comunitária que usa e abusa desse meio e quem ouve aquela rádio e não conhece a cidade, acha que é uma mara­vilha. Fica até difícil pra gente, porque, enquanto a gente fala pra dez pessoas, ele fala pra mil, mas a população já está consci­ente disso, é tanto que quando começa o programa dele, o povo já diz que vai começar a falar o mentiroso querendo enganar o povo. Isso é o que a gente vê em Alto do Rodrigues e quem chegar lá vai constatar exatamente isso que estou dizendo.

FM – A primeira dama Jaque­line Medeiros, começou muito atuante, mas depois ela recuou. O que você acha que aconteceu para que a primeira dama rec­uasse assim em sua atuação di­ante da secretaria de assistência social?
AR – Em relação à primeira dama, lembro muito bem que nos palanques dizia que o espo­so sendo eleito prefeito, ela iria dar expediente todos os dias na secretaria de assistência social, porque ela achava que nessa sec­retaria não tinha um bom atendi­mento e ninguém resolvia nada e realmente, nos primeiros quinze dias ela almoçava até na secre­taria e hoje, que eu tenha con­hecimento, ela não vai mais lá. Hoje, nessa secretaria você não consegue absolutamente nada. Muitos votaram nele, exatamente por que existia alguma deficiên­cia, mas hoje tá muito pior. 

De­finitivamente, a secretaria de as­sistência social não resolve nada e mais um detalhe: quando eu era prefeito, a prefeitura gastava em transporte em torno de trinta a trinta e cinco mil reais por mês e hoje gasta mais de 80 mil e não tem transporte pra nada. A população procura pra fazer uma mudança, precisa se deslocar pra fazer uma cirurgia em outra cidade, um parente que faleceu em outra cidade e os familiares querem comparecer ao velório e não tem um transporte que ajude nesses casos.

FM – Durante a campanha das eleições 2008, circulava na ci­dade uma cartilha intitulada de projeto administrativo de Eider Medeiros. O que foi que se con­cretizou de tudo aquilo que di­zia a cartilha?
AR – Nada. Absolutamente nada. Ele prometeu um hospi­tal com UTI funcionando 24 horas, com médicos de todas as especialidades. O hospital está lá, funcionando tão mau como nunca funcionou. Ele prometeu uma creche em cada distrito, que antes os pais deixavam seus filhos às 7 da manhã e pegavam seus fil­hos às 17hs, todos alimentados, tomado banho. Hoje não tem uma creche, agora que começou uma, isso de um repasse do gov­erno federal, que desde a época que eu era prefeito, até o ter­reno foi desapropriado na minha gestão. Ele prometeu asfaltar do Alto do Rodrigues até o Sítio São José, fez um pedaço lá de paralel­epípedo por que foi um convênio do governo do estado. 

Agora está dizendo que vai completar a obra porque recebeu esse dinheiro dos royaltes, até então tudo bem, va­mos aguardar. Conclusão, daque­la cartilha com aquele plano de governo, ele não fez até agora, absolutamente nada, pegue a cartilha e pode analisar que ele não fez nada. Prometeu o anel viário que era pra tirar o tráfego de dentro da cidade, que saía do “US7” e vinha até a entrada de Pendências, por traz do bar de Atervaldo e nada foi feito. 

Agora inventou um dique de contenção, esse dique é só na conversa e não sai do canto. Ele vai só levando o povo na conversa, dizendo que vai fazer, que é amigo de não sei de quem, que é amigo do min­istro, da presidente e não sai do canto.

FM – Achamos que você relevou muito a questão dessa rádio co­munitário de Eider. Você con­corda?
AR – Não resta a menor dúvida que esta rádio, na realidade já era pra estar fechada. Do mesmo jei­to que ele tinha uma emissora de tv que até hoje responde processo diante da polícia federal. Ele ti­rava o sinal da TV Senado do ar nos fins de semana e colocava a TV Ouro Negro, uma tv pirata que foi tirada do ar e que agora ele responde por isso, através de investigações da PF. 

Na rádio, ele faz absurdos, só serve pra fazer política e propaganda das lojas dele. Se ele tiver problemas pessoais com uma pessoa, fica proibido falar o nome dessa pes­soa na rádio. Os outros comerci­antes não podem divulgar, nem pagando. O que se sabe é que eles cobram caro, o que não pode, já que é uma rádio comunitária, que na verdade ele usa como rá­dio comercial, mas ele não perde por esperar, na hora certa ele vai saber chegar.

FM – Eider Medeiros anda alardeando na cidade que você tem pendenga com a justiça e que não poderá ser candidato. O que você diz sobre isso?
AR – Em 2008, todos sabem que houve a denúncia por parte dele e da coligação, onde a polícia fed­eral esteve na minha casa, onde não foi encontrado absoluta­mente nada. Foram na secretaria e encontraram alguns documen­tos e com isso fomos condena­dos doutor Assis, eu, Bão e Fer­nandinho, inelegíveis por três anos. 

Não recorri porque não era candidato em 2010 e essa con­denação terminou em setembro de 2011. Até hoje essa coisa da “Ficha Limpa” ainda deixa muita coisa confusa, o que ninguém dá uma explicação concreta de nada no que se refere a esse assunto. Consultei muitas pessoas e todas elas disseram que não tem nada a ver meu caso, porque o compli­cado seria se eu ainda estivesse cumprindo a pena, isso poderia ser prorrogado de três pra oito anos, mas minha pena terminou em setembro, ou seja, foi paga. Um bom exemplo dessa situação são os candidatos ao senado que em 2010 já assumiram. 

Outro detalhe do “Ficha Limpa” diz que a punição é pra quem teve cassação e nós não fomos cas­sados. Mesmo assim, se fosse o caso, Fernandinho não teria as­sumido já que o mesmo tem uma cassação, ainda mais que ele está inserido no mesmo processo. Até agora, todas as pessoas que con­sultei me passaram segurança em dizer que está tudo certo. 

Quanto ao Tribunal de Contas, temos seis contas que foi dado parecer favorável, aprovado por unan­imidade pela câmara municipal. Teve um ano, em 2004 que o tri­bunal não aprovou essas contas, porém a câmara aprovou por unanimidade. Não foram contas insanáveis, O tribunal sugeriu não aprovar e a câmara apro­vou. 

Ainda tem 2008 que está pendente, ainda para o tribunal julgar, que foi exatamente essas contas que eles dizem que eu iria devolver quase 8 milhões de reais. Nesse momento façamos um raciocínio: a prefeitura do Alto do Rodrigues, arrecadou 21 milhões de reais em 2008. 

Como é que devo devolver 8 milhões de reais e deixo todas as contas san­adas e em dia, funcionários com 13º salário, 1/3 de férias tudo em dia e ainda deixo dinheiro em caixa? Que milagre seria esse? O que aconteceu foi que eles sum­iram com documentos da pre­feitura. 

O prefeito quando assu­miu, a primeira coisa que ele fez foi contratar uma empresa pra fazer uma auditoria das contas de minha gestão. Levaram essa documentação pra Natal e sum­iram com esses documentos, mas felizmente tínhamos cópias de todos esses documentos e já en­tregamos ao Tribunal de Contas, eles estão analisando e eu estou aguardando. 

Um dia desses na cidade, fizeram o maior estard­alhaço dizendo que eu teria que devolver cento e tantos milhões de reais. Tudo bem, diante disso, das duas uma: ou devolvo ou me defendo. Muito bem, vou dizer o que foi: gratificação à polícia, combustível, contrato de um contador sem fazer concurso público, material de construção sem destinação, etc. 

De tudo isso tenho como me defender. Em nossa gestão, tínhamos convenio com a Secretaria de Segurança do Estado, não podíamos liberar combustível, diárias e nem ajuda de custo pra polícia se não tivés­semos convenio, o qual foi publi­cado em Diário Oficial. Até aqui, está tudo resolvido. 

O contrato que fizemos com o contador, até hoje a prefeitura do Alto do Rod­rigues não fez concurso público pra contador, já que esse é uma pessoa de confiança do prefeito e o Tribunal de Contas sabe disso. Nesse caso, não havendo concurso, se faz uma licitação e contrata o contador. Em relação ao material de construção, tenho como justificar, ou seja, são coi­sas que a oposição fica alarde­ando sem ter conhecimento da situação. 

Esse foi o assunto da rá­dio, o estranho é, eles não terem falado que as contas do prefeito Eider não foram aprovadas E o pior, por improbidade adminis­trativa? O prefeito já anda com uma liminar pra ser candidato. 

Eu sempre dizia que minhas contas estavam certas e exigia o Tribunal de Contas dentro da prefeitura e porque Eider não faz isso? Ele só faz me condenar, isso porque ele tem uma rádio e eu não tenho. Eis a desigualdade muito grande, porém tenho uma grande vantagem que ele não tem, que é o povo do meu lado. 

Ele é tão incompetente que se eu fosse candidato hoje, subiria sete vereadores em meu palanque, já no dele não subiria nenhum, porque dois pretensos candidatos que apoiariam ele é do PSD, um partido que irá coligar com o nosso.

FM – Se mais uma vez sendo prefeito, o que Abelardo não faria?
AR – Fui prefeito por 18 anos, desde 1982 que sou político, nunca aprendi tanto na minha vida como nesses últimos qua­tro anos. Sabe por quê? Porque quando se está em atividade, atuando na vida pública não se tem tempo de pensar e refletir e ver onde foram os erros e eu não tive essa oportunidade de refletir no que eu poderia ter feito mel­hor. É complicado chegar e pro­meter, mas uma coisa eu digo, é uma oportunidade de adquirir esperteza, ter mais os pés no chão, ouvindo realmente quem são nossos amigos, o que sempre fiz. 

O prefeito Flávio tem uma coisa de reunião de secretários. Eu quando prefeito nunca fiz re­união de secretários, eu fazia re­união de secretário. Se era pra re­solver um problema da educação, eu sentava com a secretária de educação e ia resolver com ela. O problema era na saúde? Eu senta­va com a secretária de saúde pra resolver. Esse negócio de reunião de secretário pra sentar e dizer que eles tem que levar o nome do prefeito pra rua, dizer que ele é o bom e não ter autonomia pra nada, servindo apenas de mario­nete? É muito difícil isso. Se hoje me pedisse pra fazer uma aval­iação dos secretários do prefeito Eider eu não faria, afinal, eles não fazem nada, não tem autonomia pra nada. 

No Alto do Rodrigues, secretários são apenas figuras decorativas pra fazer o que o pre­feito determina, ele não pode sair daquela linha. Então digo, se eu voltar à prefeitura, assim como estou à disposição do partido ao qual sou filiado, sou “Ficha Limpa”, sendo escolhido pra rep­resentar meu partido, garanto fazer uma revolução no Alto do Rodrigues, sem mentir nem en­ganar ninguém, sem prometer emprego a todo mundo, sem pro­meter fazer em quatro anos o que não foi feito em vinte ou trinta. Isso não, tudo será feito com o pé no chão dentro da realidade. 

A maior injustiça que um pre­feito faz, é ele dizer, como Eider disse na rádio, que agora foi que recuperou os royalties que caíram em 2009. Em 2008, a prefeitura do Alto do Rodrigues em um ano recebeu dois milhões e cem mil reais. Hoje a prefeitura recebe “por mês” dois milhões e trezen­tos mil reais. Hoje a Termoaçu, implantada em minha gestão, rende hoje aos cofres da cidade do Alto do Rodrigues, mais de 1 milhão de ICMS (Imposto so­bre Circulação de Mercadorias e Serviços) por mês e foi eu, na minha gestão, que lutei por isso. 

Ainda tenho muito que agrade­cer a doutor Airton Torres, que vocês conhecem muito bem, que é de Macau, foi um dos que lu­tou muito para que a Termoaçu fosse pra o Alto do Rodrigues e hoje esses frutos são colhidos, exatamente quase 1 milhão de ICMS, fui eu que lutei, foi em nossa gestão que foi adquirido o terreno, foi feita a desapropriação e repito mais uma vez, agradeço grandemente a Airton Torres, que na época era secretário do Polo Gás Sal e nos deu a maior força para que a Termoaçu fosse implantada em nosso município.

 
FM – Hoje você tem o apoio de 7 vereadores. O que o levou a isso?
AR – Porque hoje tenho esses apoios Simples de explicar. A fal­ta de capacidade e de diálogo do prefeito Eider, a prepotência dele. Ele acha que vereador é pessoa de segunda categoria, que vereador tem que viver debaixo dos pés dele, acha que vereador é um ca­pacho dele, não vê um vereador como um colaborador, que foi eleito pelo povo para colaborar com a administração. 

Respondo por que nunca tive problemas com vereador. Nunca mandei um projeto pra câmara pra não ser aprovado, porque quando eu estava com um projeto em mãos, ligava logo pra o presidente da câmara e dizia que precisava sen­tar com ele, tomar um cafezinho e mandava ele se preparar pra avaliar um projeto. Sentava com os vereadores, mostrava o pro­jeto, tirava dúvidas, fazia algum ajuste, se necessário e mandava pra câmara. 

Percebe-se rápido a diferença entre um prefeito que acha importante a participação dos vereadores e Eider que ap­enas impõe, além de fantasiar muito da realidade, joga a popu­lação contra os vereadores, o que não é bom. E o que ele ganha com isso? Os vereadores não apro­varam orçamento 2012 nem a LDO aprovou, tudo isso por falta de diálogo. Os vereadores pedem informações e eles não mandam e se tem provas dessa desatenção dele para com os vereadores e a câmara municipal, como se isso pra ele fosse coisa de terceira cat­egoria. 

Pra ele, existe somente ele e os amigos e o resto é o resto. Ele vive falando nos amigos e ad­vogados de Brasília, hoje é muito bom ele ter advogados caros, porque são pagos com o dinheiro da prefeitura, quero ver quando ele sair do poder, da prefeitura, quero ver quem vai pagar os ad­vogados de Brasília e os de Natal, que não saem nada baratos para os cofres públicos. 

Agora me pergunte quem são meus advog­ados. Meus advogados são dou­tor Zé de Deus, doutor Iran, que vão pra mim de graça. Eu nunca contratei advogado caro. Eider pode porque diz que é amigo do ministro de não sei o que, da presidenta, etc. Quero ver depois, como ele irá resolver esses prob­lemas sem os amiguinhos dele.

FM - Em outro momento em conversa com nosso espaço, você disse que já tinha sido prefeito quatro vezes, que es­tava cansado e era hora de dar oportunidade pra outro. De­pois desse tempo você volta com novos anseios e pretensão a uma nova candidatura. Revele-nos por quê?
AR – Realmente falei isso sim, as pessoas da minha cidade já me deram a honra de ser prefeito quatro vezes, isso não é muito fácil uma coisa dessas e disse que era hora de descansar, porém, o próprio prefeito Eider me jogou na política novamente. Minha in­tenção era dar uma mergulhada, sair da cidade do Alto do Rodri­gues. 

O primeiro ato do prefeito foi fazer a contratação pra fazer uma auditoria das minhas con­tas, até aí tudo bem, ele quis fazer e até agora não disse se foi boa ou ruim, estou aguardando as respostas. Em minha gestão, fiz o concurso público, uma exigência do ministério público, que dizia que tinha que fazer, não fui eu que inventei. Feito o concurso, a nomeação de todas as pessoas, ou seja, Eider pegou a prefeitura pronta para começar a trabalhar. A única coisa que ele ia fazer era só nomear os secretários e colocar a coisa pra andar. 

Se ele fosse uma pessoa mais humilde, que analisasse as coisas, diria que eu teria o ajudado muito, porque o horror de emprego que Eider prometeu em todas as ca­sas, como tiveram casos de ele prometer dois ou três empregos, quando as pessoas iam cobrar, ele dizia que infelizmente não poderia fazer nada, porque não sabia desse concurso público que eu, o prefeito anterior tinha feito a nomeação de todo pessoal e não tinha como fazer nada. Ele se saia muito bem na situação e até colocava a culpa em mim. Sabe o que ele fez? 

Cancelou to­das as nomeações e disse que eu tinha feito tudo errado, quando na verdade eu sabia que estava tudo certo. Nesse momento, fui obrigado a entrar de cabeça e na hora que entrei, não saí mais, me lançando pré-candidato, isso se meu partido quiser, estarei à disposição. Logo em Janeiro, quando eu estava querendo sair da situação, sossegar, ele me traz de volta pra o Alto do Rodrigues, dizendo que fiz o concurso e es­tava tudo errado. 

No final, ele teve que convocar todo o pes­soal das nomeações que havia cancelado e pagar 13 meses sem o pessoal trabalhar. Obrigado pela justiça, que verificou que es­tava tudo certo, que eu não tinha feito nada errado. Agora ele usou uma artimanha: a folha de paga­mento de setembro era um valor, porque os contratados recebem o pagamento em cheque, não entra na folha de pagamento. Ele foi, levou a folha de dezembro dizen­do que eu tinha inchado a folha de pagamento. A promotoria me chamou e eu disse: Não, ele está mostrando a folha de paga­mento, agora veja os contratos. A promotora disse que alguém es­tava mentindo e eu disse que não era eu. Ela falou que ia descobrir quem estava mentindo e desco­briu, era ele. 

Definitivamente, Eider me chamou, senão, eu teria ficado quieto. Se ele estivesse fa­zendo uma boa administração, eu não estaria mais preocupado com isso. Agora vamos ver o bi­cho que vai dar.

FM – O que você diria nesse momento para o povo de Alto do Rodrigues?
AR – Quero dizer ao povo, que tenha paciência. Não vou dizer que o próximo ano é Abelardo mais uma vez, porque eu não sei. Apenas digo que estou à disposição e do meu partido e repito: sou “Ficha Limpa”, não existe nada contra mim, apenas a oposição fica dizendo que não posso ser candidato, não sei por que nem de onde eles tiraram essa fantasia, estão totalmente enganados com a situação. Na verdade é mais fácil eu ser can­didato do que Eider, já que ele teve as contas reprovadas pelo colegiado, as minhas não. 

Digo mais ao povo, que tenhamos paciência. Estão chegando às eleições, vamos votar consci­entes, seja quem for, que seja uma escolha democrática e que o próximo ano é a chance de recomeço, que o Alto seja feliz com Abelardo, Joaquim, Manel, seja quem for e se o povo escol­her Eider, que continue com ele, não posso fazer nada. Pelo sen­timento que vemos do povo, a insatisfação é geral, estão ao lado deles apenas aquelas pessoas que estão sendo beneficiadas pela prefeitura, com a obrigação de ser filiado do partido dele. Se for beneficiada uma pessoa que seja do meu partido (DEM), ele manda fazer logo se a desfiliação. 

A perseguição é grande. Perseg­ue professores, funcionários de modo geral. Sabe o que ele faz quando persegue uma pessoa? Ele pega uma pessoa que trabal­ha no Sítio São José e coloca pra trabalhar em Barrocas, Tabat­inga. Pega um ASG de Alto do Rodrigues e coloca pra trabalhar em Tabuleiro Alto, ou seja, as pessoas trabalham com medo. 

Ele não tem respeito nenhum pelos funcionários, em contra­partida, os funcionários não tem respeito pelo prefeito, eles tem medo do prefeito Eider, por isso não resta dúvida, ele é perse­guidor, rancoroso, parece que tem um coração de pedra, não tem sensibilidade nenhuma, porque a partir do momento que se entra na vida pública, deve-se ter sensibilidade, sere­nidade, porque você vai ouvir as pessoas, os anseios, as rec­lamações da população. 

Mas, como todos já sabem, Eider não gosta de críticas, só gosta de elogios. Ele ainda acha que com dinheiro, os familiares e correligionários vai ganhar eleição. Não se coloca dinheiro dentro da urna. O povo pode até receber porque precisa, mas na hora de votar ele sabe dar o troco.

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